Legislativo sugere retorno das “Margaridas” para reforçar limpeza

Indicação na Câmara propõe equipe permanente; proposta busca ampliar cobertura, dar ritmo às varrições e abrir vagas de emprego e renda

A Câmara Municipal de Assis discutiu, na 30ª Sessão Ordinária, realizada na segunda-feira (8), a Indicação nº 485/2025, de autoria do vereador Fernando Kiko. O documento pede ao Executivo a criação de uma equipe permanente de limpeza urbana, nos moldes do antigo grupo conhecido como “Margaridas”, que atuava na varrição e na manutenção das vias públicas.

A ideia é fortalecer e ampliar o serviço, além de abrir frentes de trabalho com emprego e renda.

Segundo o Legislativo, a sugestão responde a pedidos recorrentes da população. Moradores relatam acúmulo de tarefas em ruas, calçadas, meios-fios e áreas públicas, tanto no Centro quanto nos bairros.

Cresceu a demanda por mais cobertura e frequência. Nesse contexto, a proposta reaparece como um caminho prático para dar ritmo às rotinas de limpeza e garantir presença diária nas principais frentes.

Hoje, parte do serviço é executada com o apoio de reeducandos, em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

O arranjo, apesar de útil, não dá conta de todo o volume. De acordo com a Câmara, a cidade precisa de uma estrutura estável, com equipes dimensionadas e rotas fixas. Assim, a Indicação sugere retomar o modelo das “Margaridas” ou adotar formato similar, desde que assegure a continuidade do trabalho nas ruas.



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Por que a proposta volta à pauta

A paisagem urbana muda rápido. Dias de vento, frentes de chuva e o próprio uso intenso das vias aumentam o descarte e a sujeira aparente. Além disso, praças e canteiros exigem manutenção constante. Sem equipes suficientes, a rotina se quebra, e pequenos atrasos viram acúmulos. Por isso, o Legislativo vê na equipe permanente uma forma de padronizar fluxos, distribuir melhor as frentes e evitar gargalos.

Outro ponto citado é a sensação de cuidado. Quando a varrição é visível e regular, o morador percebe a presença do poder público. Isso melhora a percepção de segurança, reduz descartes irregulares e favorece o uso qualificado dos espaços. Em resumo, limpeza organizada gera efeito multiplicador no cotidiano.

Como é hoje — e onde aperta

O uso de reeducandos tem caráter social e auxilia a cidade. Contudo, a Câmara observa que o escopo é limitado. Há variações de escala, horários e restrições de cobertura. Em períodos de maior demanda, bairros ficam descobertos por mais tempo. Logo, a equipe permanente surge como pilar de estabilidade. Com cronograma e rotas constantes, a gestão ganha previsibilidade, e o cidadão sabe quando e onde a varrição passa.

O que mudaria com a equipe permanente

A criação de um grupo fixo permitiria distribuir zonas, mapear prioridades e ajustar turnos conforme a necessidade. Além disso, facilitaria o acompanhamento de indicadores simples, como trechos atendidos, tempo de retorno e frequência mínima por setor. Na prática, o município poderia combinar forças: manter o apoio dos reeducandos, mas ancorar a operação nas equipes permanentes, responsáveis por cobertura contínua.

A proposta também mira rotinas pedagógicas de limpeza, com abordagem ao cidadão e orientação sobre descarte. Embora a Indicação não detalhe etapas, a lógica é clara: mais presença nas ruas, mais regularidade nos trajetos e mais resultados visíveis em curto prazo.

Emprego e renda: frentes possíveis

O texto ainda destaca o potencial de geração de trabalho e renda. A recomposição de equipes abre vagas de entrada no serviço público (ou em contratos terceirizados, se o Executivo optar por esse modelo). Isso pode incluir formações rápidas para manuseio de equipamentos, segurança do trabalho e noções de reciclagem (separação básica de resíduos). Assim, a política pública conecta cuidado com a cidade e oportunidade para famílias.

Importante frisar: a Indicação não cria cargos automaticamente. Ela sugere que o Executivo estude a viabilidade. Ou seja, o passo seguinte envolve análise técnica da Prefeitura, com custos, desenho operacional e eventual calendário de implantação.

“Margaridas”: memória e eficiência

Em Assis, o nome “Margaridas” remete ao antigo grupo de varrição que, segundo moradores, marcou época pela eficiência e presença diária. O rótulo virou símbolo de um modelo: equipes visíveis, com rotas definidas e padrão de serviço reconhecido. Ao propor o retorno, a Câmara se apoia nessa memória coletiva. A ideia, contudo, não é reproduzir o passado ao pé da letra, mas atualizá-lo às exigências atuais, com melhor logística, treinamento e gestão por metas.

A proposta de retomar as “Margaridas” — ou criar modelo semelhante — sintetiza uma demanda real: limpeza com constância e cobertura ampliada. A Indicação nº 485/2025 coloca o tema no centro da agenda e oferece um caminho de execução. Agora, cabe ao Executivo avaliar a viabilidade e escolher a forma mais eficiente e sustentável. Seja qual for o desenho final, o alvo é concreto: ruas mais limpas, rotina previsível e trabalho digno.

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