Produção independente dá rosto e voz aos trabalhadores da COOCASSIS; pré-estreia reuniu cooperados e comunidade acadêmica nesta quinta-feira (4).
ASSIS – A Unesp de Assis foi palco de um encontro marcado pela emoção e pelo reconhecimento humano na tarde desta quinta-feira (4). O anfiteatro da universidade recebeu a pré-estreia do documentário “Cooperados”, obra audiovisual produzida pelo fotógrafo Marcelo Sampaio e pela pesquisadora Ana Luísa Tece.
O filme dá voz aos integrantes da COOCASSIS (Cooperativa de Reciclagem de Assis e Região), revelando não apenas a rotina de trabalho, mas os sonhos, sentimentos e valores de quem atua na linha de frente da reciclagem no município.
A produção nasceu a partir de retratos sociais feitos por Marcelo Sampaio. O fotógrafo, que costuma conviver com seus retratados antes de clicar, percebeu a riqueza das histórias ouvidas.
“A ideia principal é mostrar o lado humano, a dignidade, a consciência e os valores dos cooperados. Eles não são apenas força de trabalho, são seres humanos como eu, como você. Percebemos que havia tanto conteúdo nas falas que decidimos gravar tudo”, explica Marcelo.
Ana Luísa Tece, responsável pelas entrevistas, destacou que o formato de documentário longo foi uma escolha deliberada para permitir uma “escuta atenta”. A produção foi inteiramente independente, sem verba externa. “Agora buscamos parceiros para exibir o documentário, porque queremos que Assis e região conheçam essa história”, afirmou a pesquisadora.
25 Anos de História
A exibição emocionou os protagonistas da tela. André Lemos Moraes, presidente e um dos fundadores da COOCASSIS, ressaltou que a obra traz visibilidade para 25 anos de luta.
“Sofremos muito no começo. Hoje a cooperativa caminhou bastante, cresceu, e esse reconhecimento fortalece muito nosso trabalho”, disse André. Para a cooperada Graziela, integrante há 9 anos, o sentimento foi de gratidão: “É importante para quem não conhece, conhecer nossa história”.
Compromisso da Universidade
Representando a FCL/Unesp Assis, a vice-diretora Daniela Nogueira de Moraes Garcia lembrou que o documentário reflete uma relação histórica, iniciada com ações extensionistas da professora Ana Maria Rodrigues (Psicologia) junto aos catadores.
“É um motivo de muita alegria receber essas pessoas aqui. Uma sementinha plantada na extensão, que hoje gera frutos e nos permite aprender com essas histórias de vida”, pontuou Daniela.
Os produtores agora buscam parcerias com escolas e instituições para levar o filme a toda a cidade, ampliando o debate sobre dignidade e cooperativismo.






